Acabei de ler a redação final da Lei Geral das Polícias Civis ou Lei Orgânica. Pareceu-me um ótimo trabalho e desejo cumprimentar a todos aqueles que participaram da sua construção.
Entretanto, fiquei pasmo diante do esquecimento da previsão dos símbolos institucionais. Os símbolos estão ligados à Tradição, à História, ao passado de glórias, feitos e sacrifícios acumulados. Eles carregam o espírito da instituição que representam. Uma instituição pública destituída de seus respeitáveis símbolos nada mais é do que um emprego como muitos outros, cujos valores nem sempre tanto se elevam. Não é necessário procurar exemplos no Exterior. Vejamos o nosso Exército, que em busca das suas gloriosas origens, encontrou numa ficção histórica, ao escolher a Batalha dos Guararapes, os seus 400 anos de História. Para a Polícia Judiciária a pesquisa das origens foi mais fácil, por estar inscrita no Título 56 § 29, do Livro Primeiro das Ordenações Filipinas de 1619, que nos garantem 404 anos de História, “sem solução de continuidade”. Mas, muita gente nem sabe disso. Depois não se poderá reclamar que uma chefia histriônica resolva modificar os padrões dos símbolos já tradicionais por algo “mais moderninho”. Há pouquíssimo tempo, alguns entusiastas na nova Secretaria da Polícia Civil do Rio de Janeiro, tentaram implantar por todos os espaços a palavra SEPOL, em substituição de PCERJ, que é a sigla de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, o verdadeiro nome da nossa Instituição. É a relativização do essencial. SEPOL é provisório, enquanto exista como uma secretaria do governo do Estado. Enfim, lamento. Todas as instituições públicas que durante a segunda metade do século XX zelaram pelo seu STATUS e abordo assunto pertinente, progrediram muito acima da média no mundo oficial.
CARTA DIRIGIDA AO PRESIDENTE DA ADEPOL DO BRASIL