É lamentável que a administração pública brasileira se oriente na sua organização por influência de grupos de interesses ou políticos catadores de votos.
A Polícia Nacional francesa e a Polícia do Estado italiano, ambas polícias de estatuto civil e gloriosamente atuantes após as diretrizes da União Europeia ao reconhecer a natureza civil da atividade policial e a primazia das suas organizações, mantêm nas suas estruturas os institutos de perícias científicas.
No Brasil, se não me engano, essa “polícia técnica independente”, surgiu na época do governador Mário Covas, depois de denunciados alguns peritos que distorciam a verdade nas conclusões dos seus laudos, a serviço dos comandantes dos DOI-CODI (onde ninguém era obrigado a trabalhar, onde havia gratificações e vantagens).
Como os peritos (apoiados pelos conhecidos inimigos da Polícia) queriam ser reconhecidos como “autoridades científicas”, para pleitearem os mesmos vencimentos das “autoridades policiais”, utilizaram esse fato e criaram a narrativa da necessidade da independência, da autonomia administrativa, pois, autonomia funcional já possuíam. Aliás, o servidor público honesto independe do chefe para cumprir o seu dever.
Por outro ângulo, apenas deixaram de ser subordinados administrativamente ao Chefe de Polícia Civil para passarem à subordinação dos secretários de segurança, figuras políticas, em geral, com mais erros do que acertos.
No Rio de Janeiro isso pode acontecer porque é uma pauta fácil de ludibriar muita gente e não faltam padrinhos para pleitos que rendem alguns votos. ACRESCE A FALTA DO INTERESSE DE MELHORAR A INSTITUIÇÃO POLICIAL. Caso contrário teríamos um efetivo de 40 000 mil servidores, no mínimo, entre outros muitos avanços, como o ensino policial ainda embrionário por absoluta falta de recursos.